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ENTRE O BIZARRO, O RIDÍCULO E O ABSURDO

Segundo matéria apresentada no dia 22/02/2012, pela maior emissora de comunicação deste país, em programa nacional líder em audiência, a profissão do futuro é aquela que trabalha o estético, a manutenção ou restituição da beleza humana, ou seja, uma das mais antigas, pois sempre as pessoas se preocuparam em se cuidar, se apresentar bem, ser bem visto, criar uma boa impressão de si. Mais: Nesta referida matéria, o Brasil está entre os três países cujas populações mais investem nessa área!

Assim como qualquer outra importante constatação nas diversas áreas da vida humana, esta também deveria nos levar a refletir, especialmente neste período quaresmal.

Como todos temos um pouco de loucos, médicos, filósofos, psicólogos vou me arriscar a propor alguns pontos de reflexão, afinal, precisamos logo, logo lançar algumas luzes nesse paradoxo: Por que será que mesmo num país terceiro mundista, contemplado com as melhores belezas naturais do planeta e habitantes tidos como belos, sorridentes, simpáticos, acolhedores, cuja maioria populacional vive brigando com orçamento estrangulado e envolvida em dívidas, estamos gastando tanto com o estético? Esta preocupação é sentimento que algo não vai bem? Que estamos nos afastando do belo e desejável? Será que este dado não é sintoma de uma cobrança mais ética, que estética, do nosso inconsciente coletivo?

Há uma lei natural gravada em cada fibra do nosso corpo, cujos ditames apontam para o belo, agradável, valoroso, edificante, realizante e cativante que trazem, seguramente, a felicidade procurada por todos.

O problema é que esta lei natural não aponta apenas para a estética do externo, do físico, do corpo. Sobretudo, ela procura margear, dar contorno à beleza interior, da retidão do caráter, onde contam os valores morais que nos mantém dignos, de pé e nos tornam verdadeiros agentes da felicidade para nós mesmos, aos outros, à sociedade.

Para os que crêem em algo maior, que nós cristãos chamamos Deus, essa lei natural nos aponta para Ele. Cremos, inclusive, que tal lei em nós é uma fagulha da beleza que Ele é e que por Ele foi inoculada no gênero humano quando da sua criação, tal qual o sopro divino ou vivente que a Revelação Divina nos conta por meio dos belos poemas da criação citados no livro do Gênesis. Daí, uma das principais razões para reconhecermos e defendermos a sacralidade inegociável da vida humana, que independendo de quaisquer circunstancias, não pode ser tocada por ninguém.

Voltando, então, à citada lei natural, que como o nome diz, independe de estudo, religião, profissão, posto que todos a receberam e, portanto, naturalmente sabem o que devem ou não fazer e, uma vez razoavelmente maduros e de posse de faculdades mentais normais, são responsáveis pelos seus atos, fica uma angustiante dúvida: Por que, então, muitas pessoas optando por caminhos nada edificantes, são discípulas da corrupção em suas mais diversas formas?

Não é à-toa que alguém escreveu que o corrupto é por essência um ateu. Aquele que parece ter conseguido deturpar até a lei natural registrada em seu DNA!

Ficamos muito indignados quando vemos noticias de políticos que desviam recursos públicos destinados as mais diversas e necessárias políticas governamentais, mas, no entanto, além de continuar a elegê-los, não nos dispomos a brigar contra outras formas de corrupção talvez mais nocivas à nossa felicidade, que são as ligadas à perversão dos nossos costumes, hábitos, dos nossos valores de um modo geral.

O modismo que impera, sobretudo no meio daqueles que são o presente e o futuro da humanidade, os jovens, beira ao bizarro, ridículo e absurdo! Quanto mais anormal e antiestético, mais sucesso faz, mais vende e mais é propagado em nossa mídia venal.  
 
Sem pretender ser um moralista chato, embora não me importando se me virem assim, afinal, faz tempo que não me preocupo com elogios ou críticas externos, pois o que me interessa mesmo são os aplausos de minha consciência, meu tribunal derradeiro e definitivo diante de Deus, coloco aqui minha crítica à corrupção que domina o comportamento humano e as artes de um modo geral, justamente onde deveria ser permanentemente revitalizados os critérios da beleza e do contentamento! Não seria tudo obra de uma inteligência poderosa e articulada, usando a obra prima da criação divina, o ser humano, para contrapor em nós tanto a lei natural quanto seu autor?

Agora, não contentes com a perversão de valores e costumes que basearam a arquitetura social que nos cerca, tornando comum o que é anormal, querem o status de legalidade, e até de “naturalidade”, para algo que, se em sua manifestação involuntária é compreensível, respeitável e tratável, na sua prática individual ou coletiva é profundamente danoso à pessoa, à família e à sociedade. Ai dos que se posicionarem contra!

Certamente, vocês já observaram que enquanto a verdadeira e eterna arte do belo não aparece, seus autores não são valorizados e raramente aparecem nos famosos programas de auditório, quase tudo que faz sucesso, e propaga-se pelo mundo numa velocidade da luz, namora com o ridículo, o bizarro e o absurdo! Vejam a moda, os cabelos, a música, a dança, filmes... até no esporte! Embora sejam coisas passageiras, descartáveis, rapidamente inventam outras piores que lhe ocupam o lugar. Haja infeliz criatividade!

Envergonho-me e sinto que a raça humana fica rebaixada moralmente quando ouço e vejo jovens e adultos usando seus corpos e suas almas lindos na reprodução de textos e danças que superando o naturalmente sensual, caem no lamentável pornográfico. Causa-me revolta quando vejo pais rindo e estimulando seus filhos ainda pequeninos a reproduzirem gestos pornográficos em suas inocentes dançinhas!  Não sabem, os imbecis, o que estão “produzindo” na cabecinha dessas suas vítimas...

É, meus amigos e amigas, do jeito que a coisa anda tá difícil Deus dar um jeito, pois embora todo potente e amoroso,  Deus quer contar com seus filhos no reordenamento, no reencantamento

Creio que por melhor que seja o salão ou clínica de beleza, caso se contente com uma simples maquiada, não fará retornar a beleza que está indo embora. Cirurgias não meramente plásticas se fazem necessário para que se restabeleça a beleza perdida. Mas, será que ainda teremos tempo? A homeostase do sistema social parece vencida, perigam o biológico e social e, lembrando a história, Sodoma e Gomorra, por bem menos, se foram há muito tempo...

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