O NATAL E O FIM DO
MUNDO
Até agora
não sei porque o tal do fim do mundo ocupou tanto espaço na mídia, gerou
minisséries, passeou pelas telenovelas, pontificou nos jornais e telejornais de
todos os órgãos da imprensa e assustou tanta gente.
Matérias
e mais matérias jornalísticas narraram estórias de pessoas e famílias de toda
parte do mundo se preparando para o dia “x”, marcado no “calendário Maia”, que,
repentinamente, ficou mais famoso que o Pelé, a mais conhecida marca brasileira.
O interessante é que nem os Maias sabiam que haviam decretado o FIM DO MUNDO
para 21 de dezembro. Não sabiam porque eles não haviam registrado isso. Esta
constatação foi objeto de um desavisado ou espertinho. Seria muita pretensão
alguém ou um povo, seja qual for, querer saber aquilo que nem o Filho de Deus,
tanto Deus quanto, sabia.
No
entanto, a coisa parecia ser séria mesmo, pois muitos daqueles que investiram
suas economias em construções indevassáveis, estratégias de sobrevivência,
mudanças para local supostamente seguro (será que num “final de mundo” algumas
e certas localidades ficariam esquecidas?) não eram gente simples, não. Eram
pessoas bem formadas, doutores, mestres de várias profissões, gente bacana!
Tudo indicava que o fim do mundo chegara pra valer!
Confesso
que num fim de mundo de verdade eu não gostaria de sobrar por aqui, não. Só
sendo muito egoísta ou egocêntrico, eu seria feliz no deserto da ausência de
muitos, no caos de tudo, mesmo que ao lado de minha preservada família.
Preferia ir junto com os outros.
Como
sempre, os mais espertos viram um jeito de levar vantagem econômica, afinal, o santo
din din toca tudo à sua volta...
Crendices
e loucuras à parte, imagino a decepção daqueles que acreditaram, investiram e
se desgastaram em todos os sentidos, envolvendo familiares, amigos, vizinhos....
Lembro-me
de uma estória ocorrida no interior de um avião que passava por sérias
dificuldades em pleno voo, cujos passageiros eram todos amigos fazendo o mesmo
passeio. Perdido o controle, desesperadamente o piloto conta a todos que não
havia jeito, que iriam cair e todos morreriam. Começa, então, um tal de “já que
vou morrer, melhor contar a verdade”. Marido confessa infidelidade, esposa, que
o filho tinha outro pai. Ambos envolvendo amigos que estavam no mesmo voo.
Outro colega conta que embora não parecesse, era homossexual, outro, que havia
sido corrupto.... De repente, o avião plana milagrosamente e todos estavam
salvos! O silêncio era sepulcral e pairava no ar certo sentimento de decepção.
Em cima de certas cabeças dava pra ver uma interrogação: e agora, como fico;
porque o avião não caiu???
Estórias
à parte, gostaria, nesta crônica de Natal(!), pegar o caminho do que pretendo: O
MUNDO JÁ ACABOU!
Assim
como Friedrich Nietzsche, numa terrível crítica à tibieza dos cristãos,
decretou a MORTE DE DEUS, do deus inventado por nós, do deus que nos
agrada, nos serve e se submete aos caprichos de suas criaturas, do deus que
nunca existiu, nunca foi vivo, também decreto que o MUNDO MORREU!
No
primeiro Natal de nossa história cristã, na palha daquela humilde manjedoura,
sob o bafo de equinos, bovinos, caprinos e outros animais, ladeados por
pastores, expulso da cidadela, mas amorosamente cuidado por José e Maria,
nasceu Jesus, o Filho do Dono de Tudo, o Príncipe da Paz, o Senhor e Salvador
que nos apresentou o verdadeiro Deus, que por mérito dEle, também é nosso Pai. Naquele
momento, irrompeu um novo tempo de coisas novas, de homens novos para um novo
mundo. Neste que veio, foi-se o mundo velho do deus morto, o mundo da
ira, da vingança, da ganância, da mentira, da inveja, da soberba, da submissão,
da prepotência, da rivalidade, da corrupção, do interesse mesquinho, do
egoísmo, da indiferença, do desencontro, das trevas, do desamor.
Erraram a
data! Por mais que os Maias fossem povo desenvolvido em vários ramos do
conhecimento humano; por mais que eles não houvessem marcado o fim do mundo,
mas, sim, de uma era que, por sua vez, abriria outra melhor e esperançosa,
erraram na data. A data certa para celebrar o FIM DO MUNDO é a mesma em
que auguramos o NASCIMENTO DO NOVO MUNDO, que no calendário cristão, acertamos para
o 25 de dezembro.
Curioso
que boa parte dos pseudo intelectuais, universitários e gente que se diz
entendida, gosta de demonstrar que sabe do decreto da morte de Deus, feito por
Nietzsche, e o repete assim que surgir um debate filosófico, cheirando a
espiritual. Entretanto, esses mesmos são incapazes de demonstrar que sabem da Oração
ao Deus Desconhecido, feito também pelo mesmo Nietzsche, na qual ele
diz “elevo
minhas mãos a Ti, na direção de quem eu fujo... Mesmo querendo fugir, sinto-me
forçado a servi-Lo... Quero Te conhecer e só a Ti servir”.
Ah, se
todos nós, cristãos, aproveitássemos este momento em que celebramos a nova era
trazida por Jesus e nos comprometêssemos com a edificação do novo mundo, ofertado
por aquele que nos veio, tudo seria diferente. Primeiramente, mataríamos o deus
conveniente que criamos, depois sepultaríamos de vez o mundo velho e morto, e, assim
como Nietzsche, correríamos na direção do Deus de quem fugimos, com o ideal de
querer conhecê-Lo e servi-Lo (não servir-se dEle), sobretudo no serviço à verdade,
à justiça, ao direito e libertação dos
pobres, pequenos e desamparados, verdadeiros sacramentos do Cristo Jesus, o
divino aniversariante, que, embora no céu, continua por meio de nós a
desempenhar esta sua prioritária missão, recebida do Pai.
FELIZ
NATAL E VENTUROSO NOVO MUNDO
Jose Maria (Zeca),
Maria Eunice, Francisco, Gabriel e famílias
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